PERNAS DE ALUGUEL Campinas

Pernas de aluguel ou PDA como preferirem, não é difícil de entender do que se trada né?

coisas simples e tão normais para tantos como dar um trotinho numa bela manhã sentido o sol no rosto e o vento nos cabelos (???)

são coisas impensáveis para outros, praticamente impossíveis

se não fosse a boa vontade destas pessoas em doar não só as próprias pernas, o corpo mas principalmente o coração

Foi minha primeira prova como "PERNAS", agradeço ao João Marcelo e

e Edu Godoy por essa oportunidade fantástica, por essa experiência indescritível.

Depois de uma breve palestra de como agir e a recomendação de que o importante seria se divertir e fazer  com que o cadeirante se sinta a pessoa mais importante da prova

estávamos prontos para encarar as ruas de Campinas, tenho que falar o que o Eduardo me garantiu
"Vai ser com certeza seu pior tempo de prova mas você vai ficar muito feliz com ele".

Edu você está coberto de razão, parabéns pelo trabalho,  pela organização, pela dedicação, eu acho que poderia ficar parabenizando por páginas seguidas e não seria o suficiente. Só tenho uma coisa para falar e é repetir o que já disse OBRIGADO.

MARATONA DE BERLIN

É de cair o queixo, mesmo sendo minha nona maratona não deixo de me emocionar com essa imagem. Mas para chegar lá tenho que contar o caminho percorrido.

Não quero menosprezar aquele corredorzinho de 100 mts o tal de Usain Bolt que só corre essa distância e nem me comparar com nossos amigos ultra, mega, blaster maratonistas, mas falo sobre a distância para qual tenho treinado ultimamente, 42k. Tudo tem sua rodagem de treino, seu esforço na musculação, seu alongamento, sua alimentação.

Coisa linda repor as energias depois de um treino de 30k, só que este ano o velho joelho ou joelho velho ou ainda o joelho deste velho abriu o bico faltando 40 dias para a prova. O trabalho de um ano inteiro teria sido jogado fora?

Médico, ressonância e um diagnóstico favorável, nada de cirurgia. Bom ou ruim? seria apenas uma viagem de passeio? conversando e seguindo a orientação do médico que aconselhou terminar os treinos seguindo o limite da dor e como pós prova viria o descanso receitou um corticóide no domingo anterior a prova

afinal não sou profissional do esporte e tenho que trabalhar normalmente na sequencia, fácil de entender, tudo simples como está escrito e eu nem preciso traduzir.

Voltando então para Berlin, sem o tal muro, o dia estava perto, temperaturas agradáveis durante o dia se é que posso falar que 15º é agradável, mas nas manhãs o bicho pegava

céu aberto, avenidas largas e planas. O horário de largada 9 horas, saímos depois do café com temperatura de 5º e sensação térmica de 3º

Henry, o feioso aqui, Nilson e Alceu

e mais a companhia de 45.000 maratonistas, não tem outra distância nessa prova, só 42 mesmo. Aqui quero dar um pitaco, a educação some quando a necessidade básica vai chegando. Vou tentar explicar, reparem que a longa avenida é margeada por um parque ( Tiegardem ), o que os organizadores fazem? bloqueiam a entrada por trás e o atleta tem que entrar no seu local de largada pela lateral, ou seja pelo parque  e é aí que o bicho pega novamente, tivemos que pular grades, muita gente fazendo xixi no matinho. Muvuca gringa da boa.

Como já falei o percurso é bem plano, novidade para mim foi o fato de que em alguns postos de hidratação tinha chá quente, outra coisa bem ruim foi o fato de que depois da metade da prova só havia postos de um único lado da rua. No começo achei até que razoável a ideia mas com 45.000 pessoas o "bloco" não alivia, tinha confusão na água também

No resto foi tudo show, música ao vivo praticamente a cada 2k, gente incentivando o tempo todo, muitas crianças com as mãozinhas esticadas para aquele tapinha, uma só palavra para descrever "lindo"

Minha prova foi bem conservadora, não sabia como o joelho se comportaria nem durante nem depois da maratona mas deu tudo certo. Ficamos todos bem contentes com o resultado final e se tudo der certo ano que vem temos outra maratona pelo caminho.