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quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Aramaçãn 2013

A corrida de Aniversario Aramacan aconteceu dia 25 de agosto com largada pontual as 8 hs
 Uma corrida bem amistosa, familiar e com uma recepção muito carinhosa de todos do Aramacan
Já no sábado, os kits de corrida do primeiro de maio já estavam todos separados, facilitando muito nossa retirada, um carinho da supervisora de esportes Cris. 

No dia da prova contávamos com 38 associados do Primeiro de Maio prestigiando a prova. Percurso conhecido por todos, Muito calor e, apesar de faltar água no final

 contamos com o nosso amigo do curso de condicionamento físico Daniel Hernandez na caminhada 
a veterana Jeanete Antunes que, pelo segundo ano consecutivo, sobe ao pódio. 
Ana Luísa Plum estreando o pódio em primeiríssimo lugar
Parabéns a todos pela unida representação. 

Gostaria de primeiramente agradecer a nossa treinadora Vânia pelo relato da prova e pedir desculpas pela demora na publicação do blog, retornei de férias.
Vou continuar as fotos com trechos de um artigo que gostei muito e no final mandarei o link completo, escrito por Rodrigo Vilalba  acho que tem tudo o que a corrida significa para mim.

Não basta vencer. É preciso chegar inteiro, não em partes. Quando as luzes se apagam e não há ninguém por perto, é preciso continuar a trabalhar como um relógio, só que um relógio com coração
 
não tanto pela distância percorrida, mas pela necessidade de aprender a continuar a caminhada mesmo quando não há ninguém aplaudindo
Partes de mim foram deixadas pelo caminho, ainda não me recobrei. Estou fragmentado, talvez como este texto, mas por sorte ou merecimento, encontrei e me relacionei com pessoas inteiras nesses últimos dias, que mais pareceram anos

Essas pessoas inteiras estiveram inteiramente à minha disposição , pensando em retrospecto, isso foi uma coisa inédita em minha vida, pois nunca antes eu havia deixado pessoas cuidarem de mim de modo tão presente
Que tarefa difícil, aprender a se deixar cuidar, aprender a se deixar amar por pessoas que, em nosso julgamento, são tão melhores do que nós mesmos. Ainda estou aprendendo. Quero aprender rápido. Tenho urgência de ser feliz
Pelos quilômetros percorridos entre São João da Boa Vista e Paraisópolis, eu quis viver, morrer e renascer e foi exatamente isso que consegui
Depois que regressei a São Paulo, tenho tentado me reencaixar à rotina tão cheia de palavras e de camadas de significados enviesados que produz a vida na cidade grande. Ainda não sei como poderei permanecer sob o céu cinza chumbo desta capital sem adoecer de tristeza com a lembrança do azul, do verde e do branco, das estrelas e dos sons dos pássaros
Em São Paulo, existem pessoas que tatuam âncoras nos braços sem nunca terem estado no mar, existem pessoas que tatuam lobos e corujas sem nunca terem visto lobos e corujas em seu espaço real. Que âncoras, lobos e corujas são essas? 
Em São Paulo, fala-se, espera-se, sonha-se com uma tal “qualidade de vida”. E seu eu disser que essa “qualidade de vida” é apenas outro nome para uma âncora, um lobo e uma coruja tatuados por quem nunca soube o que é uma âncora, um lobo ou uma coruja de fato?
Enquanto um homem borrifa água de colônia no corpo e pensa na reunião com os representantes de Osaka que acontecerá daqui a exatos 48 minutos, um passarinho bica e mata uma aranha entre Borda da Mata e Tocos do Moji 
Toda essa vida além da televisão, carro e computador existe desinteressada, toda essa vida atropela nossos discursos artificiais pelo Caminho da Fé, toda essa vida ignorante da última moda, dos caminhos da pós-modernidade, das perversões e delícias do consumo apaga qualquer rastro possível de interesse que alguém possa ter diante do entretenimento criado para zumbis que se vende noite afora na rua Augusta

A cidade nada tem a ensinar para a mata, a cidade nada tem a ensinar para o mar. Da distância em que agora me encontro, avisto esse arremedo de existência toda patrocinada pelo capital como uma maquete patética do que são os sertões e as trilhas da Verdade
Nesse depoimento colhido e registrado ainda no calor de uma paixão que parece não ter mais fim, não saberia nem começar a comentar sobre detalhes técnicos, tempo, colocação, tênis, hidratação, equipamentos, planilhas e mapas. Eu apenas reconheço na minha corrida o ato derradeiro de quem quer viver, de quem agora é um exilado na cidade em que nasceu e cresceu
Apesar de ainda não estar inteiro, acho que recobrei a capacidade infantil de reconhecer a inteireza pronta e poderosa de todos aqueles que se lançam às maiores e mais desafiadoras aventuras sem pedir permissão aos demônios das circunstâncias
todas as vezes em que correr, seja na cidade ou em qualquer outro lugar, em espírito, meus pés apontarão sempre para um lugar de leveza sem igual, onde só se para se for para ver um saci fugir gargalhando noite adentro, montado num baio
Não tenho certeza, mas desconfio: um homem só se saberá inteiro na companhia dos mitos que a cidade insiste, barulhenta, em esquecer
Que a corrida em meio à natureza continue a nos lembrar que nosso fôlego nos permite viver além das distâncias sem horizontes definidas pela massa de concreto dos prédios e que o verdadeiro descanso do nosso corpo sempre estará no fundo dos olhos das pessoas amadas, que cuidam de nós, nos observam enquanto nos movemos ou esperam por nós em um lugar futuro e sereno, que nada tem a aprender com a cidade 
Nunca voltamos realmente de lugares especais, somos todos a estrada.
Essa estrada. A estrada para a inteireza.

Link do artigo.
http://www.papodeesteira.com.br/blogs/human-highway/a-estrada-para-a-inteireza/

Link das fotos

https://plus.google.com/photos?hl=pt-BR&partnerid=gplp0



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